Olhando pela janela do quarto, vejo todas as luzes acesas nas janelas da cidade iluminando a noite. O caos urbano me traz a perspectiva de que o mundo não gira ao meu redor; ele continua sendo o mesmo, com ou sem a minha presença. O que poderia parecer caótico soa, na verdade, reconfortante: tira o peso de precisar ser especial como minha imaginação idealiza e abre espaço para que eu simplesmente seja eu, sem tanto medo.
Há uma certa leveza aqui onde estou. Leveza suficiente para me permitir conviver com meus erros ao longo da jornada. Leveza para aceitar que algumas pessoas escolhem caminhos diferentes dos meus. Leveza para partir quando percebo que alguém busca um desafio, e não o amor.
Aprender a lidar com os fatos como eles realmente são, sem filtros ou vaidades, não me isenta de sofrer. Mas me dá a liberdade de continuar buscando minha felicidade e entregando meu amor a quem realmente deseja recebê-lo, mesmo que, às vezes, as pessoas não saibam cuidar dele.
Descobri que prefiro a verdade aos mistérios. Prefiro deixar os mistérios para os caminhos do futuro, e não para as escolhas do presente. Prefiro a convicção de dizer “Eu te amo” a tratar as pessoas como cartas que posso escolher pelo naipe da ocasião. Prefiro me entregar por inteiro a regular o espaço, mostrando apenas o que me convém, quando convém. Podemos culpar os outros por permanecerem na superfície, ou refletir sobre o quanto nós mesmos não mergulhamos mais fundo.
Depois de tanto luto e tanta luta, tenho escolhido o caminho da verdade, da leveza e da alegria. Porque, mesmo sabendo que não sou especial para o mundo, sei que posso ser especial para aqueles que me escolhem para ser algo mais do que apenas uma etapa passageira em suas vidas.
Se um dia falei que amo você, é pq é verdade.
Isso é a coisa mais especial que tenho para oferecer e sempre vai ser.