Depois de dias escrevendo poesia, preciso dissertar por conta dos últimos acontecimentos e pedir desculpas, pois eu jamais iria imaginar que isso poderia acontecer.
Recentemente tomei algumas decisões na minha vida que a colocaram de cabeça para baixo, pois o meu despertar foi como o de uma queda livre em um pesadelo. Em algum momento ao longo do último ano, tomei consciência de quem eu sou e do que estava fazendo da minha vida. Passei por coisas difíceis e tomei decisões ainda mais difíceis dentro de mim, como a de me separar.
Meu sentimento pela Alê se tornou um grande e fúnebre vazio, isso antes de qualquer especulação. Foi um processo gradual que envolveu muita dor em um momento que eu estava frágil por conta da minha mãe, de ter perdido um filho e de ter perdido o meu trabalho. Meu erro reside em ter sido cauteloso e receoso demais na hora de sair da inércia e fazer a coisa andar.
Cometi um outro erro do qual não me perdoo, expus, não por querer, uma pessoa que estava sendo um oasis no meio de uma tempestade e que se tornou a minha melhor amiga em um momento em que eu estava sozinho. Mas nunca existiu nada além de amizade na realidade. O imaginário e os próximos passos são pensamentos e projeções individuais, e aí eu cometi o meu segundo erro: eu passei do ponto em um momento que não deveria. Foi eu quem provocou essa situação, foi eu quem buscou se aproximar e foi eu que comecei a mudar o sentido das coisas que estavam certos.
Quando se passa do ponto, se corre riscos. Quando se está distraído, nos esquecemos do que as pessoas são capazes. A Alê pegou meu celular, desbloqueou, e foi olhar meu Whatsapp no fds enquanto eu estava em outro lugar – mais um erro meu. Não leu muita coisa mas leu o suficiente para criar uma narrativa onde ela é a vítima e eu sou o vilão – algo de se esperar. Teve a frieza de esperar ontem, e logo que acordei e voltei da academia, ela estava na sala me esperando para conversar.
Queria saber quem era a pessoa que eu chamava de princesa – mal sabia ela que isso era uma brincadeira trovadoresca – e que eu falava sempre durante o dia que eu fui para Ibiuna. Logicamente ela sabia quem era, mas quis colocar um jogo de planta verde e colher maduro.
Fui salvo por uma reunião, e durante a reunião decidi alguns planos de ação: o principal deles foi contar a verdade da minha perspectiva. Comecei falando que estou justificando só para ela não criar uma narrativa falsa na cabeça dela, pois honestamente a situação minha e dela dispensa satisfação. Falei como EU me aproximei – através de um projeto – e que nunca tinha acontecido nada e provavelmente não iria acontecer nada pq para mim era muito claro que o coração dela já tinha alguém. Deixei claro que se teve alguém que confundiu as coisas em algum momento, foi eu. Sempre deixei claro que o interessa dela sempre foi de, no máximo, amizade.
Essa é a minha real opinião sobre tudo, e ela também carrega um protecionismo.
Estou destruído por dentro e por fora, pq prometi que iria proteger as pessoas que eu amo, e no fim estou gerenciando uma crise que envolve pessoas que eu amo e que tem um único responsável: eu. Tive que fazer um sacrifício para proteger minha amiga, minha mãe e até certo ponto a própria Alê. Estou disposto há isso já que tenho me sacrificado tanto nos últimos anos que mais um não vai ser muito problemático.
Pode ficar com o coração tranquilo.