Quando decidi por escolher uma modalidade dentro das artes marciais chinesas, escolhi a única onde o objetivo é ficar de pé.
Não foi a toa: por mais que a essência seja ficar em pé, quase sempre você vai parar no chão – nada diferente do que acontece na vida o tempo todo.
É preciso força para sair do chão. Eu já estive lá tantas vezes que sei com propriedade o quanto é difícil permanecer plantado e ereto. Perdi as contas de todas as vezes que me levantei. Perdi as contas de todas as vezes q cai. Na minha modalidade e na vida.
Se engana quem pensa que basta se levantar. As vezes falta o ar. As vezes a dor é tanta que da vontade de ficar ali mesmo.
Foram poucas as vezes que eu não consegui sair do chão e em todas elas eu chorei: os raros momentos que eu não contenho minhas lágrimas.
Não é a derrota que incomoda. Não é cair. É o esforço aplicado naquilo que se acredita e que deveria te manter de pé. Por trás de cada tombo tem muito suor e dedicação no chão.
Mas eu sempre me levantei, mesmo que em prantos. Mesmo que a dor me leve de volta para o chão. Mesmo que tenha muito esforço, dedicação e suor aplicados para não cair, em vão. Eu sigo tentando, insistindo, em me levantar, mesmo que me falte o ar. Mesmo que eu não consiga andar.
Para mim é o único caminho, eu estando quebrado, partido, ou não.