Não tem sido fácil e ninguém disse que seria. Me fechei por esses dias para digerir alguns sentimentos e condensar algumas frustrações em algo sólido e dispensável. Nessa jornada, ficar introspectivo é a melhor rota que encontrei até aqui. Me fechar leva minha mente a profundas reflexões sobre diferentes aspectos da minha vida. Nem todas são aproveitáveis. Todas são profundas.

Nesse processo de filtragem do que vale a pena, gosto de lembrar do movimento circular. Do vazio e preenchimento que a vida entrega no seu grande quebra-cabeça.
É preciso existir vazio para poder preencher e é preciso estar preenchido para esvaziar.

Eu estava cheio demais, carregando minhas certezas e a minha força de vontade em busca dos meus objetivos. Essa combinação é o que faz existir uma energia que me tira da inércia. Ela está enraizada na minha essência e é um motor a combustão abastecido pelos meus sonhos, desejos e inquietações.
Mas a vida é movimento. A vida é oposição. Para se ter certezas é preciso questionar. Para termos respostas, precisamos de perguntas. Sem a busca por respostas somos apenas ansiedade e depressão. Se respondermos tudo, somos os escravos da nossa própria opinião. O verdadeiro aprendiz enche sua xícara com novo chá depois de esvaziá-la.
O homem cheio de certezas virou, por um momento, um garoto cheio de dúvidas e inseguranças. Foi o adolescente imprudente de outro dia que precisava sentir a vida nas veias para lembrar o que é sentir. Foi a quebra da ponderação constante. Foi anarquia. Por um momento, foi, e por outros momentos pode ser que seja.

Diferente de outros tempos, não foram cacos que eu recolhi de um ser fragmentado, mas aprendizados de um homem que quer ser melhor mesmo que tenha transgredido por um momento de insensatez. É lapidação. É caminho sem volta.

Precisei sair do eixo para voltarmos ao eixo, pq a vida é movimento, preenchimento e vazio.


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