Estava tentando resistir a todas as más notícias que vieram desde que começou o ano: Perder o bebê, separação, a empresa fechar, a separação do meu pai e etc. Eu estava indo bem até receber a notícia de que o câncer da minha mãe infelizmente avançou um pouco. Isso me destruiu a ponto de eu não conseguir nem fazer piadinha com ela antes de desligar o telefone.

Me permití ficar triste ontem. Me veio um filme desde que a levei para o hospital na primeira vez quando fiquei quase um mês morando por lá. Curiosamente vai fazer aproximadamente 1 ano que isso aconteceu e foi meio inevitável não lembrar de tudo e a força com que ela encarou tudo de frente.
Eu também enfrentei muita coisa para cuidar dela e faria tudo de novo se fosse necessário. Não posso dizer, porém, que foi bom. Houveram coisas excelentes como me reaproximar da minha mãe e minha família e ser o porto seguro dela, entender melhor como funciona a doença,cuidado de coisas que jamais poderia imaginar, e ter conhecido a Amanda. Mas convenhamos que nunca é uma boa notícia quando algo como isso avança.

Não consegui dormir direito de tanto pensar nisso e apesar de saber que eu não tenho poder de ação para todas essas coisas que me afetaram em 2023,ao menos até aqui, elas me incomodam e doem. Talvez incomodem e doam por eu querer ter mais poder de mudá-las do que eu tenho. Foi isso que me derrubou ontem.

Eu me conheço bem nesse tipo de situação e isso é, neste caso, positivo. Essa é uma tristeza que eu me permito ter por saber que vou prender a respiração e ser uma muralha de novo para poder acomodar a minha mãe e todas as pessoas que precisam de mim de alguma forma. No ano passado me frustrei por não ter um porto seguro que poderia só abraçar e esquecer desses problemas. Esse ano já aceitei que não tenho por conta do divórcio e que vou encarar sozinho – e esse ano está mais para escolha minha.
Eu sei que vou ter a força necessária para energizar a minha mãe. Ela é minha prioridade agora (denovo), e quando o folego acabar eu vejo como posso respirar.

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