Encerrar um ciclo nunca é fácil. Sempre tenho a sensação de que da para tentar mais um pouco, insistir um pouco mais para achar alguma luz que abra caminho para as coisas funcionarem. As vezes essa insistência gera bons frutos, as vezes só retarda o que é inevitável.
É assim com emprego, amizades, namoros e, agora, com meu casamento. Chega um momento em que as coisas realmente começam a perder o sentido e passam a ser uma conveniência burra e infeliz, e para ser muito sincero, eu estou infeliz por uma dezena de razões que não necessariamente dizem respeito a Alê, mas que dizem respeito ao nosso relacionamento e a um descolamento de interesses que já vem desagastando a relação há mais de ano e que precisa encontrar uma vazão antes que se torne algo litigioso.
Eu estava pronto para bater o martelo antes de descobrir que ela estava grávida, pois eu não aguentava mais. Depois da novidade, eu tive uma conversa bem direta com ela sobre o fato de um bebê complicar, mas não segurar o casamento, que foi bem absorvida. Aconteceu o desastre, e achei que seria uma ponte para evoluirmos como casal, apesar de recente, já tenho a clara sensação de que me enganei.
Honestamente, eu entendo um casamento como um ambiente de diálogo, com discussões para alinhamento, mas também um lugar onde você pode depositar sua confiança e onde você possa encontrar paz. Não pode ser em hipótese alguma um ambiente competitivo, muito menos um ambiente onde você nunca se sinta confortável.
Hoje eu dei um novo passo em direção ao que é correto para mim e percebi que eu quebrei um ciclo de submissão que já estava instalado há anos. Hoje ainda pretendo conversar com ela sobre futuro, que por mais que eu entenda que passamos por um momento muito difícil juntos – ela com certeza muito pior do que eu – não podemos mais adiar sobre que direção daremos para a nossa jornada. Descolada ela já está, resta saber daqui para frente o que vai ser. Meu lado cristão diz que eu devo insistir até o fim da minha vida pq assumi um compromisso. Meu lado razão diz que não faz mais sentido estar junto nessas condições. Minha sensação é de que há algo realmente errado com essa relação, e que qualquer possibilidade de remédio já perdeu o prazo. Resta saber, depois de hoje, o que vai ser.