Começar um texto é difícil, especialmente quando se tenta traduzir um aglomerado de sentimentos em algo que possa ser compreendido. Começar um texto é como dar o primeiro passo na direção certa depois de anos na inércia: É incomodo pq não há a certeza de que o último ponto final vai dar fim ao melhor conjunto de palavras. Na vida, são nossas ações que podem mudar o rumo do nosso “texto”.

Diferente de uma dissertação ou uma poesia, o texto – ou script – da nossa vida tem menos tolerância a erros e contém consequências reais para cada decisão tomada – são imensamente mais complexas que um erro de concordância. Meus escritos podem mexer com os sentimentos dos outros dependendo da intenção, mas nada se compara ao que fazemos e a como escolhemos semear, regar e ver crescer nossas relações.

Toda essa introdução faz sentido para o momento que estou vivendo, pois tenho escrito histórias, poesias, reflexões e contos, mas não os publicado. Falta alguma coisa. Essa ausência é a consequência das más decisões. Ao longo da escrita e da vida.
Nas minhas crenças, como já dito nesse Diário, eu acredito no movimento, no preenchimento para combater o vazio e no vazio para combater o preenchimento. No Yin Yang. Se o vazio predomina, é preciso preencher. Se o vazio é consequência, é preciso andar em outra direção.

Não vou fingir que estou bem e tenho um espírito elevado para contornar e dissertar sobre as dores da vida e as consequencias das minhas decisões ruins: não estou bem e ainda tenho muito o que aprender sobre elevação de espirito.
Tenho errado na gramática e na concordância. Tenho feito textos cheios de rasuras na intenção de corrigi-los e ainda decepcionar depois do último ponto final. A mim mesmo e aos outros.

Talvez tenha sido o medo de errar grosseiramente que foi aos poucos gerando certa apatia, certa inércia. Talvez tenha sido a insegurança que me fez tomar decisões ruins. De colocar o verbo antes do sujeito de forma errada.

Foi preciso haver um coração partido – ou 2 – para um despertar. Foi preciso a ausência depois da presença para criar um vazio insuportável que só pode ser preenchido por uma pessoa que condensa tudo em uma palavra: amor.
Eu preenchi meu coração com amor e agora sinto como se faltasse sangue depois que esse amor foi me deixando por errar nas palavras – e nas ações. É como se a terra estivesse seca, sem rega, mas ainda com vida.

Não posso decidir pelo amor dos outros, mas posso decidir pelo meu, e depois de um final de semana maravilhoso com a minha mãe, precisei me mexer para resolver o que me bloqueia. Optei pelo caminho da verdade que se passa aqui dentro. Decidi por fazer o certo, e agora me resta rezar e colocar nas mãos de Deus para que me de apenas um sinal, pq eu sei o que eu sinto e eu sei o quanto eu amo. Mesmo com esse vazio e com o coração partido, não vou me arrepender te ter colocado esse ponto final. Mesmo que seja tarde demais, não vou me arrepender de ter feito o certo.

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