Neste peito vazio, ecoa a dor,
De um sofrer que não cabe em palavras.
A tristeza se aninha, sem pudor,
Na alma que em silêncio se acaba.
Solidão profunda, fria, se estende,
Cobrindo coração em névoa densa.
Lágrimas escorrem, sem que se entenda,
Em um oceano de angústia imensa.
O vazio cresce, avança, invade,
Qual abismo insano que devora a luz.
Na sombra da tristeza, há saudade,
Semeando um campo de lembranças cruéis.
Tal qual estrela cadente perdida,
O peito ecoa o pranto, desolado,
A dor se alimenta, voraz, sem medida,
No refúgio sombrio de um coração calado.
Mas entre as trevas, surge um fio,
Esperança frágil, pequena e pura,
Despertando a vida, enfrentando o vazio,
Na luta incansável de cicatrizar a fissura.
E no peito, onde o vazio reinava,
Renascem, aos poucos, cores e flores,
Amor e alegria, que outrora se calavam,
Em um coração resiliente, feito de amores.