Ninguém gosta de perder. Menos ainda quando não apresentamos nem 10% do que somos capazes. 

Hoje isso aconteceu e foi a segunda vez em que eu subi em um ringue e não joguei o jogo. Fui passivo, com medo de me expor e com a lentidão de quem se expõe. A derrota foi mais uma vez consequência da minha ansiedade.

Não sinto vergonha de perder feio quando sei que não apresentei meu melhor: pior seria se eu tivesse dado tudo de mim e tivesse perdido por disparidade. Não foi o caso. Nem suando eu sai.

Dessa vez eu resolvi mudar a minha leitura da situação e resolvi criar planos de ação para os próximos experimentos. 

O primeiro é q preciso encontrar um jeito de colocar para fora o nervoso. Que seja dando um berro, fazendo 50 flexões ou dando uma corrida o mais rápido q conseguir. Preciso colocar para fora esse sentimento acumulado de ansiedade quando vou competir. 

O segundo é mais difícil: treinar com mais frequência com pessoas mais pesadas do que eu. Se eu pudesse, treinaria 2x por semana com essa pessoa para me colocar sob pressão. Pessoas mais pesadas ou tem uma envergadura maior ou tem uma massa mais concentrada, e isso me ajudaria muito…mas faltam parceiros de treino próximos. O Everton da um bom caldo, mas ele é 10kg mais magro q eu.

O terceiro é impor o meu jogo sem ser tão cauteloso. Tenho pecado pelo excesso de cautela, e o nervoso retarda as minhas reações e acabo caindo em golpes estupidos. Fiquei um bom tempo vendo os vídeos das minhas lutas e foram os mesmos erros. Melhor perder então impondo o jogo do que não fazendo nada. Aposto que se eu fizesse isso, provavelmente não perderia.

O último ponto que consegui pensar até aqui é continuar competindo. Sou relativamente novo em competições de Shuaijiao e preciso de frequência para começar a me acostumar. É trabalhoso, cansativo, mas essas horas de voo valem a pena.

Houveram aspectos positivos. Depois da luta, meu adversário estava passando mal. Fui oferecer ajuda entregando-lhe minha garrafa de água (não estava batizada, rs), e comecei a conversar com ele sobre o que me motivou a lutar: enfrentar meu nervoso. Recebi elogios dele sobre minha pegada. Ele disse que sentiu muita força no meu grip e isso incomodou muito ele, mesmo que n tenha ameaçado pela minha inação. Isso é bom, pois já sabia q esse era meu ponto forte.

Falar com o adversário sempre foi um hábito meu, mas nunca tinha falado francamente sobre o q eu tenho de forte e o q posso melhorar. Em uma competição oficial eu jamais faria isso mas em uma competição amadora e considerando minha busca, esse feedback é valioso demais. Paulo Giuliano é um cara gente boa e combinei de convida-lo para um treino. Essa é a beleza das artes marciais.

Outro ponto positivo hoje foi a Amanda ter ido e levado o Celso junto. Tive a oportunidade de conhecer ele melhor e conversar um pouco. Um sujeito muito legal e interessado. Apesar de o ambiente estar meio bagunçado pelo volume de gente e coisas simultâneas, deu para ver que ele estava interessado e curtindo aquilo. Eu adorei a presença dele e espero que ele va em outra competição me acompanhar, pq eu vou ganhar as próximas.

A Amanda dispensa comentários. Como sempre me apoiando e se preocupando comigo. Queria estar menos tenso para dar mais atenção para ela, mas só de ter ela lá, fiquei muito feliz. Eu adoro a forma como ela se encanta com as coisas. Eu estava me divertindo com a dança do leão, e quando olhei para ela, percebi que ela também estava. Fora as tradicionais risadas, q apesar de estar ansioso, ainda sou eu e minhas besteiras de sempre. Ela dispensa comentários, e eu queria ve-la com mais frequência, mas a vida é assim mesmo e não a culpo.

Agora vou buscar as novas respostas para as perguntas que eu já fiz. Experimentar novas estratégias e não desistir até que eu consiga subir lá e sair satisfeito com meu desempenho sabendo que entreguei o que eu faço sempre.

Sempre que perdemos temos a oportunidade de nos reinventar. Eu sempre que posso abraço essa oportunidade para ser melhor.

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