Dessa vez eu resolvi soltar o ar ao invés de prender. Não posso lamentar pelas coisas que não tenho controle e só me resta ser forte para apoiar minha mãe. Parece que existe uma relação com o que aconteceu há 1 ano com o início do ciclo de quimioterapia que eu não sei explicar. Ver minha mãe deitada no sofá, amoada e com dores, me fez lembrar dos dias difíceis que passamos quando ela entrou e saiu do hospital.
Eu realmente sinto que a casa dela tem um clima pesado com cheiro de solidão. Eu entendo o fato da minha irmã precisar sair para viver a vida dela, só é difícil entender minha mãe se aninhar no sofá e por ali ficar para sempre. São coisas q tenho que, aos poucos, ventilar para ela começar a se animar com outras oportunidades da vida sem precisar ser empurrada a força. Eu vou fazer isso enquanto eu puder, mas estou um pouco cansado, não vou negar.

Há coisas boas em momentos ruins também e tenho me motivado com algumas demandas do trabalho sendo desenroladas. Estou realmente mergulhando nos estudos, fazendo entrevistas – mesmo depois de contratado – e movimentando a base de amigos para juntar gente boa para fazer coisa boa. Estou treinando MUITO o corpo – não sei como estou andando – e a mente.

Não tenho ignorado as coisas do coração e tenho escutado ele um pouco mais também. Depois que me coloco a prova com meu racional, eu deixo o coração falar. Aliás, ele não fala, ele canta. Solta fácil o que sente e eu não ligo. Prefiro pecar pelo excesso do que pela inércia. Tudo que está imóvel morre, tudo que se mexe com vigor respira.
Eu sei bem o caminho que eu quero, o que eu quero e como eu quero. Tenho paciência e sou obstinado, por isso espero convicto mas nunca passivo. A vida passa em um piscar, por isso nunca vou ficar parado. Esse sempre vai ser eu, pulsante e intenso. Ser menos do que isso é desperdiçar batimentos.

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