Essa semana tem um peso diferente e me deixa meio melancólico por pensar que já se passou 1 ano desde que minha vida ganhou um novo sentido e saiu do piloto automático por necessidade. Vai fazer 1 ano que minha mãe foi internada quase entrando em sepse, carregada e assistida por mim. Cai no veneno de olhar umas fotos dessa data e fiquei muito triste de ver o olhar da minha mãe: Medo e desesperança.
Foi no dia 13 de Março de 2022 que percebi que minha mãe era só a casca e que o aspecto cinza ilustrava bem a chama da vida dela – que ia se apagando, sem alarde, até cinza virar. Foi no dia 13 de Março de 2022 a última vez que chorei de tristeza por saber que tinha algo errado, e senti a impotência de não saber o que fazer.
Naquele dia, começou na minha cabeça uma preparação para uma jornada que me fez prender o ar, o choro e superar todos os meus problemas pela vida da minha mãe. Uma jornada que começou oficialmente no dia 17 de Março e que é carregada de muita força e muito amor.
Tenho muito o que refletir pq fiz tudo tão rápido e tão no impulso que não organizei todas as lições que aprendi, uma por uma, de forma clara na minha mente. Sei que a maior delas tem a ver com valorizar cada segundo ao lado de quem a gente ama, pq a vida pode ir embora quando se menos espera.
Foi tudo muito, e só de lembrar eu não sei como consegui assimilar tudo tão rápido e manter o bom humor durante um período tão duro. Foi o teste que eu precisava para descobrir se eu era o homem que gostaria de ser.
A jornada continua, a minha e a da minha mãe. Ambos escrevendo as próprias histórias, mas sempre juntos em pensamento, no amor e na amizade que aflorou no momento mais difícil que já enfrentamos.
Tenho muito orgulho da mãe que eu tenho e da família que ela construiu com muito suor. Os valores que ela me ensinou estão comigo, e fico feliz de poder retribuir 1% do que ela fez por mim nesses 36 anos.
Ainda há muito o que viver e ainda vou te dar muito orgulho, mãe. Eu prometo.