Há um lema entre lutadores de que o melhor ataque é a defesa. Eu discordo parcialmente: Acredito que o ataque é quase sempre mais instintivo do que a defesa – essa leva muito tempo para se aprender – mas a defesa não supera o ataque – eles se complementam.

Sempre soube esse conceito aplicado nos esportes – sempre fui um jogador de futebol agressivo na lateral direita para o ataque, mas excelente defensor. Nas lutas, sou mais fã do contra ataque, mas tenho gostado de ser mais agressivo recentemente depois de passar muito tempo defendendo. Isso vale para todos os jogos, incluindo nos games: sempre considerei ter uma boa defesa.
No emocional, porém, demorei para entender essa associação. Sempre que me interessei por alguém, seja uma amizade ou um affair, fui prontamente para o ataque. Ser extrovertido está no meu sangue e é da minha natureza tomar a iniciativa de propor e fazer acontecer as coisas. Porém, esse perfil de ataque sem limites criou muitos problemas de interpretação e também muita decepção. Aprendi a defesa na base do volume de frustrações que tive.

Emocionalmente falando, a minha defesa é tocar a bola para ver se eu a recebo de volta. É uma forma de entender que estamos falando o mesmo idioma. Se não recebo, suspeito. Se persistir, suspendo.

Esses gatilhos são importantes para impor limites a si mesmo e buscar equilíbrio entre ataque e defesa. Entre ser ativo ou passivo em uma situação. Isso se tornou determinante para mim na análise das relações que estabeleço.

Mudando de assunto e falando do meu dia. Superado o acontecimento de ontem – nada que um bom violão com boas músicas não ajudem a resolver – ficamos mais caseiros e curtindo a piscina hoje. Minha mãe está se sentindo realizada com a viagem. Ainda fomos juntos até o pier de São Sebastião, e eu e minha irmã entramos no mar para dar um tchau – somos desse tipo de pessoa. Levei mamãe para tomar um sorvetinho e aqui ficamos, curtindo a piscina e batendo papo. Aproveitei para jogar Mario Kart com meu irmão, onde demos um cacete nos japoneses viciados.

A viagem começou a acabar com meu pai indo embora com meu irmão. Ele já estava ansioso para voltar por algum motivo – também acho que deu o limite de convivência dele. A Ale foi embora com eles também.

Agora estamos os 3 originais aqui, que em nenhum momento cogitaram não vir e que mesmo com medo da tragédia que aconteceu em São Sebastião, preferiram olhar o motivo que nos fez cogitar essa viagem.
Volto com o espírito renovado, com novas ideias para a minha vida, novas motivações e um sentimento imenso de gratidão pela vida dessas pessoas que me criaram, me moldaram e me acompanham nessa jornada. Estar aqui me faz perceber que não há tempo para perder na vida com coisas que não agregam e que vale arriscar se quem está do seu lado é quem você ama e estão indo na mesma direção que você.

Foi um bom final de semana.

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