O texto de ontem sobre responsabilidade emocional me lembrou que eu não sou um jogador na vida. Ao menos não um jogador traiçoeiro que se posiciona de forma estratégica para ter um benefício mesmo que conscientemente isso custe o sofrimento de alguém. Eu não sou o tipo de pessoa que tenta ter vantagens em situações porque hierarquicamente tenho alguma vantagem e muito menos faria qualquer coisa de forma consciente que ferisse os sentimentos de alguém, mesmo que não seja reciproco.
Eu falo que não sou jogador porque já fui um. Já contei vantagem. Já usei vantagem. Já vitimei muita gente por pensar somente em mim e no que me fazia bem – ao que me lembro, sempre por impulso. É fato que nunca o fiz por uma falha de caráter de forma a me vangloriar pelo mal ao próximo, mas já fui, sim, egoísta, ganancioso e estratégico de forma egocêntrica.
Isso me martelou muito hoje enquanto eu pensava que a coisa que eu mais quero nessa vida é paz de espírito e que me tornei uma pessoa muito amável de forma altruísta para quem me permite amar, e tomando sempre cuidado com o meu egocentrismo – ele ainda está aqui rodeando, mas sob controle com hábitos melhores. Pensei muito sobre como eu criei uma aversão a pessoas que agem como eu agia quando indentificados.
Admito, porém, que esse perfil me deixa confuso porque ora penso que as pessoas são bem intencionadas e mal compreendidas, ora penso que são apenas egocêntricas em busca de um objetivo próprio e as vezes, quando estou pistola, penso que são pessoas doentes que colocam seus objetivos de forma gananciosa, submetendo a um jogo pessoal as pessoas que estão genuinamente conectadas ou interessadas em se conectar, sem que elas saibam os objetivos finais. Por esse motivo eu decido sempre por não me conectar a estas pessoas: se é para encarar a vida como um jogo, que seja um com regras claras.
Não aos jogadores da vida que só querem o seu melhor por eles, e não por você. Nem sempre o “todo mundo ganha” significa que todos vão ganhar ou estar felizes com isso.