Ao escrever um texto, liberto meus pensamentos e me permito viajar por novos lugares dentro dos meus sentimentos de forma lógica. Disserto, rimo, faço poesia e até música para entregar para mim mesmo aquilo que tenho sede no momento em que as teclas começam a barulhar. Mas será que isso é o suficiente para saciar essa sede? Será que falta algo que talvez esteja fora desse editor de texto?

Percebi há algum tempo que as pessoas me enxergam como um líder e sempre achei isso o máximo. Sempre gostei de ser uma influência para as pessoas e de te-las ao meu redor esperando a minha opinião sobre algo que é importante para elas. Ainda amo essa posição e sempre faço além do que posso para entregar o meu melhor em prol dos outros. Não tenho amigos feridos que não tenham minha atenção para que logo se curem.
Por outro lado, essa relação de liderança criou a falsa sensação de que eu não me machuco, que eu aguento tudo e que eu não preciso de alguém que me proteja enquanto eu me curo. Trata-se da solidão de ser um líder.
Nos últimos tempos, percebi que estou ferido e não encontrei um refúgio para me curar. Alguém que pudesse simplesmente me entender, me abraçar e dizer que está lá para mim. Existem pessoas assim, mas é sempre de forma provocada e nunca natural. Proporcionalmente, entregam o mínimo ou muito pouco perto do que tenho entregado. E eu não faço tudo para ter reciprocidade em tudo, mas alguma é necessário para manter qualquer sentimento pulsante. Minha sede é de poder ter alguém com quem eu possa contar além de mim, e atualmente, de forma pró ativa, essa pessoa não existe.
Os motivos não interessam. Só não existe. E como sempre recebo muito pouco por tanto desgaste é nessas horas que eu tenho medo de me tornar uma pessoa pior, mas descrente e mais fechada. Não é o que eu sou, mas é o que eu posso me tornar. Preciso me curar um pouco…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *